Luiz, 4 de outubro de 1870

Luiz morreu com apenas 14 anos. Diz-se que foi atingido por um raio numa estrada perto de Alcácer do Sal. Uma história com 150 anos que está contada numa pedra… há 150 anos.

Luiz, 4 de outubro de 1870
|Realização e apresentação: Marco António 
|Produção: 366 Ideias [366ideias@gmail.com]

|Entrevista: Marisol Aires Ferreira (Arqueóloga)
| Agradecimentos: Gab. Comunicação – Município de Alcácer do Sal 
| Menção: Blogue “O Sal da História” 

A 4 de outubro de 1870, uma forte borrasca de outono surpreendeu um grupo de viajantes de Beringel (Beja) que se tinha deslocado até Alcácer do Sal. Entre chuva, trovões e relâmpagos, um raio caiu sobre o grupo e vitimou Luiz – Luiz António de Mira Fialho – de apenas 14 anos de idade. Um dos animais que acompanhava o grupo de três pessoas também perdeu a vida.

A mãe do rapaz – que não fazia parte desse grupo – fez questão de (tal como ainda hoje se faz, com flores, cruzes, velas, ou fotos) marcar o local com uma “alminha”, em forma de uma enorme pedra “tumular”, onde se pode ler o seguinte poema:

Aqui perdeu e de tenra edade
Uma extremosa mãe o seu Luiz
Perdeu-o porque Deus assim o quiz
Por effeito de horrorosa tempestade

Porção cahiu de electricidade
Dois cavallos matou e o infeliz
Ficam vivos um tio e outro, se diz
Estando todos juntos. Fatalidade

Comprehenda lá a humanidade
Os occultos juisos dos altos céus
Impossível é, diga-se a verdade

Do coração arranca e lábios seus
Um suspiro de eterna saudade
A terna mãe que lhe lega: Oh Meu Deus!

4 de outubro de 1870

Em 2019 passei pelo local e prometi contar a história desta tragédia quando passassem 150 anos sobre a fatídica data inscrita na pedra ainda hoje presente na berma da Estrada Nacional 5 (conhecida como “Estrada do Torrão”).

Este episódio é o cumprimento dessa promessa.


Neste episódio, ouvimos Marisol Aires Pereira, arqueóloga do Município de Alcácer do Sal, que na entrevista mencionou o texto “O jovem Luiz a quem um relâmpago tirou a vida”, da autoria de Cristiana Vargas, no blogue “O Sal da História”.

 

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